Está em cartaz, na Fundação Calouste Gulbenkian, a individual Atemporalidade de Lia do Rio. A artista imprimiu, no avesso de um extenso tapete, diversas fotografias em preto e branco de mulheres com crianças. As fotografias retratam mães com filhas e correspondem a uma mesma árvore genealógica, de modo que vemos impressas imagens de seis gerações coexistindo ao longo do tapete. Percebe-se, apesar do tratamento dado às imagens, a diferença entre passado e futuro, através das vestimentas e dos penteados utilizados nos retratos. Todavia há uma coexistência virtual do passado com o futuro, nesse sentido intempestivo, atemporal, e não cronológico, na medida em que todas as imagens são impressas lado a lado, como se o tempo tivesse sendo esculpido através dessas imagens. O território plano composto por Lia expressa, através dos retratos impressos, os dinamismos intensivos, a sensação provocada pelas forças do cosmo, que atravessam esses retratos, torna visível aquilo que estava encoberto ou escondido, e faz emergir na superfície a dinâmica das forças que a arte reclama.
A exposição fica em cartaz até 03 de agosto, na Rua Benedito Hipólito, 125, Praça Onze, na Galeria Arte Contemporânea.
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