segunda-feira, 24 de março de 2008

Filosofia e arte: homenagem a Gerd Bornheim

Acontece hoje, às 19hs, o lançamento do livro Arte Brasileira e Filosofia: espaço Aberto Gerd Bornheim (UAPÊ), dedicado ao Professor de Filosofia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Gerd Bornheim (1929-2002).
Resultado do evento realizado na UERJ em 2006 em homenagem ao professor, Espaço aberto Gerd Bornheim, o livro é uma coletânea de textos, de alguns dos participantes do evento, que tratam da relação da arte brasileira com a filosofia.
Organizado pela Profa Da. Rosa Dias (Depto. de Filosofia da UERJ), por Gaspar Paz (UERJ) e por Ana Lúcia Oliveira (UERJ), a publicação reúne artigos de Rodrigo Gueron, Luis Orlandi, Peter Pál Pelbart, Marly Bulcão, Bento Prado Jr., Rosa Dias, Déborah Danowski, Márcia Gonçalves, do próprio Gerd Bornheim, do cineasta Julio Bressane, dentre outros autores.
O lançamento acontece na Livraria da Travessa, Shopping Leblon. Av. Afrânio de Mello Franco, 290 - 2º piso e contará ainda com um sarau poético-musical.

sábado, 1 de março de 2008

Encontro com Jaa Torrano

É com muita alegria que a série Encontros é inaugurada neste blog. Trata-se de uma Série com entrevistas e/ ou conversas com pensadores de áreas como filosofia, arte, ciência. Iniciaremos esta série com a linda entrevista que Caio Liudvik realizou com o Professor Dr. Jaa Torrano (foto), um dos mais importantes estudiosos do pensamento antigo do país.
Essa entrevista foi inicialmente publicada em versão resumida pelo Caderno Mais! (Folha de São Paulo em 16/01/2005) e sua versão integral também consta no Boletim do CPA (Campinas nº19, jan/jun, 2005).
A idéia dessa série é fazer com que os encontros com o pensamento sejam possíveis, porque para pensar é preciso também encontrar. Conversar e/ou entrevistar alguém é, num certo sentido, encontrar alguém, encontrar o pensamento. Isso só é possível quando alguém tem algo a dizer sobre determinado assunto, já que só temos idéias dentro de áreas específicas e não idéias em geral. É em nome da criação que os encontros são possíveis.
Ter uma idéia é algo muito difícil, por isso é preciso concebê-la como uma espécie de festa. O mesmo acontece nos encontros, quando conseguimos, devemos recebê-los como uma festa. É assim que percebo esse encontro entre o Professor Torrano e Caio Liudvik, como uma festa, ou melhor um encontro dos deuses! Já que se trata, nessa conversa, dos deuses gregos. De aproximadamente 2600 anos atrás.
Uma entrevista pode seguir os traços de um devir, um único e mesmo devir que se forma em um encontro, uma hecceidade. Os devires imperceptíveis, são atos que contêm uma vida e se expressam em um estilo. No estilo encontramos intensidades, sons, cores ou mesmo imagens que passam ou não, agenciamentos. Quando se cria, a solidão é inevitável e absoluta, por isso não é possível participar de uma escola, porque só há trabalho clandestino, mas essa solidão é absolutamente povoada pelos encontros. É no fundo dessa solidão que os encontros se fazem, devires ou núpcias anti-natura. Encontramos pessoas, às vezes sem jamais as conhecer ou vê-las, encontramos idéias, movimentos, acontecimentos.
Espero que os leitores se deleitem nesse encontro com o pensamento que promoveram Liudvik e o grande Professor Torrano!
O link dessa entrevista ficará disponível também no canto esquerdo do blog inaugurando a Série Encontros.