quarta-feira, 27 de junho de 2007

Seminário Nacional de Psicologia discute a influência da mídida na sociedade contemporânea

Terá início nesta quinta-feira no Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Seminário Nacional Mídia e psicologia: produção de subjetividade e coletividade. Diversos professores e pesquisadores do país estarão, entre os dias 28 e 30 de junho de 2007, discutindo a influência exercida pelos diversos tipos de mídia atuais na sociedade contemporânea. Temas como ética, resistência, publicidade, ficção e realidade na mídia serão tratados no evento. O Seminário é organizado pela Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP), pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e pelo Conselho Regional de Psicologia (CRP-RJ) e terá transmissão ao vivo pela Internet de todas as conferências que ocorrerão simultaneamente e conta também com a cobertura da Rede Abraço de Rádios Comunitárias. Para maiores detalhes da programação, fotos do evento, acessar:http://www.pol.org.br/midia/

terça-feira, 19 de junho de 2007

Coleções particulares e públicas de fotografia são temas de conferência na Fundação Eva Klabin

Nas fotos ao lado, detalhes do cartaz de divulgação da Conferência, com montagem de foto de Eva Klabin, nos anos 20, no calçadão de Copacabana. Fotos Um olhar a cada dia.
Acontece hoje às 19hs, na Fundação Eva Klabin, a conferência Duas coleções: duas visões? a coleção particular e a coleção pública de fotografia, com Joaquim Paiva (Colecionador) e Joaquim Marçal (Biblioteca Nacional). Os especialistas apresentarão suas concepções acerca das coleções particulares e públicas de fotografia em geral. A entrada é gratuita. Informações e inscrições: 3202-8550/ 3202-8554 ou pelo e-mail: cultura@evaklabin.org.br.

sábado, 16 de junho de 2007

Natureza, artíficio, linhas e cores são retratados na Mercedes Viegas

Ao lado, detalhes das fotos de Ana Paula Albé (Rodapé, 2007), Claudia Bakker(Apontamentos destino, 2006); abaixo Mika Chermont (Labirinto, 2007); Claudia Bakker (Primavera noturna, 2007) e Maria Laet (sem título, 2006). Fotos Um olhar a cada dia; Apontamentos destino, fotos de Claudia Bakker.
Teve início na última quinta-feira (14/06) o Fotoencontro das artistas Ana Paula Albé, Claudia Bakker, Maria Laet e Mika Chermont, na Galeria Mercedes Viegas. Imagens naturais e artificais, linhas geométricas e labirínticas, luzes e cores são retratadas pelas artistas.
Os Rodapés registrados por Albé são produzidos a partir do aumento ou ampliação panorâmica da câmera. Visto a olho nú, o que se tem, inicialmente, são meros rodapés em estado de decomposição. Mas, o olho da artista, ao ampliar essas imagens, atinge outras visões que, ao serem posteriormente enquadradas, ganham o aspecto de verdadeiras paisagens naturais, remetendo-nos a lugares reais ou não. Desse modo, os rodapés que outrora pareciam distorcidos ou decompostos, são elevados ao estágio puramente artístico, cuja indiscernibilidade entre o natural e o artificial nos remete ao verdadeiro plano de natureza . Pura metamorfose da natureza e do artifício. Albé atinge as núpcias anti-natura, já que sua obra se instaura entre o indiscernível do natural e do artificial.
As linhas ou Labirintos de Chermont são traçados a partir do registro de ângulos inusitados advindos da arquitetura e de embalagens. A luz interna que existe nas próprias coisas é ressaltada, pela artista, por meio da composição entre linhas e cores extraídas do enfoque nos tetos, paredes e embalagens. A partir disso, linhas retas, horizontais, verticais e traçados perpendiculares são exploradas pela artista, que acaba por obter um efeito geométrico nos quadro-retratos que cria.
O políptico que cria Laet é composto por uma seqüência de imagens extraídas da própria natureza. Observa-se uma inspiração baconiana quando a artista expõe um corpo deitado no leito, muito semelhante a alguns estudos de Bacon, que tem como uma de suas características pintar corpos e cabeças e não rostos. A semelhança é percebida na medida em que uma tal pintura parte da cabeça e se prolonga no corpo, sua ponta, sopro corporal e vital, um espírito ou devir-animal. É esse espírito que, no homem, insufla a animalidade, é o espírito animal do homem. Nesse sentido, Laet, assim como Bacon, ressaltam a necessidade que a arte tem de algo que não seja somente a habilidade do artista em marcar a semelhança entre as formas humanas e animais e que nos faça assistir a sua metamorfose, é preciso, antes, uma potência que dissolva as formas e imponha a existência de uma zona indiscernível, na qual não se distingue o homem do animal, porque aí algo se ergue como um monumento do indecidível.
As cores, nas fotos de Bakker, uma das características de sua obra, são novamente ressaltadas pela artista que, dessa vez registrou a porta da Sala Chinesa da Fundação Eva Klabin. Esta porta separa a Sala Chinesa da Sala de Jantar, onde a artista expõe Primavera noturna. Trata-se de uma intervenção com os tentáculos cor-de-rosa (a esse respeito Cf. Matéria de 06/06/2007 neste Blog). O tríptico Apontamentos destino é apresentado pelas variações de luz que sutilmente são mostradas pela artista. As portas indicam caminhos por seguir, mas também interrupções, rupturas, desvios a se tomar. A luz também predomina no díptico Primavera noturna que, além do mesmo tom cor-de-rosa, recebe ainda o mesmo nome da intervenção exposta na Fundação Eva Klabin. Só que, dessa vez, a luz rosa sobressai de uma lâmpada coberta por gelatina rosada, que é o material utilizado por Bakker. É pela cor que Bakker traça e ressalta as linhas expressas. A cor que salta aos olhos através da luz que irradia da porta chinesa e pelas linhas que surgem nas lâmpadas cor-de-rosa.
A exposição fica em cartaz até 15 de julho de 2007, de segunda a sexta-feira das 14 às 19hs, sábados das 16 às 20hs. Maiores informações acesse: http://www.mercedesviegas.com.br/.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Intervenções artísticas renovam ambientes na casa de Eva Klabin

Nas fotos ao lado, detalhes dos ambientes produzidos pelas intervenções de Brigida Baltar (Passagem secreta), Claudia Bakker (Primavera noturna), e Marta Jourdan (Zona de lançamento). Fotos Um olhar a cada dia.
Foi inaugurada nesta quarta-feira a coletiva de Brigida Baltar, Claudia Bakker e Marta Jourdan na Fundação Eva Klabin. A coletiva faz parte da 6ª edição do Projeto Respiração, que tem por objetivo a intercessão entre a arte contemporânea e o acervo permanente da Fundação, com a curadoria de Marcio Doctors. As artistas produziram intervenções em alguns ambientes da casa, proporcionando diferenciações nos espaços.
A sala de jantar, com seu mobiliário medieval, ganhou ares contemporâneos a partir dos tentáculos cor-de-rosa, feitos de tecido, que atravessam a mesa colonial mineira e se dirigem até o cômodo contíguo, onde se escuta o som pop de Young folks de Peter, Bjorn & John (2006). Esses tentáculos remetem a um rizoma ou raiz, que não se sabe onde começa ou termina, mas se estende pelo meio, sem centro de unificação, princípio de multiplicidade no qual os nós se ramificam e se reconectam com outras partes do rizoma ou tentáculo. O rizoma ou tentáculo não se reveste de nenhuma forma ou moldagem constituída e dada, mas remete a uma ausência de forma ou, se preferirmos, a um estágio pré-formal. Nesse sentido, Bakker atinge o informal puro. O cômodo é simultaneamente escurecido e iluminado pela cor rosada da Primavera noturna, que traz uma leveza ao ambiente normalmente austero, contrastando com a música pop tocada. O tom rosa dos tentáculos se diferencia da luz rosada, por uma justaposição, e sobressalta aos olhos, sutil nitidez, uma luz que solicita mais do que a função puramente óptica da visão na qual a modulação dos tons cria uma nova função, háptica, ou se preferirmos, tátil, da percepção visual. A sensação háptica da visão, enaltecida pela cor dos tentáculos e pela luz rosada noturna, sobressalta aos olhos através da cor, como se os olhos, e não as mãos, tocassem e tateassem as gradações de luz. Há um toque do olho, como na arte egípcia do baixo-relevo, mas na modernidade da arte de Bakker é pela cor que a artista atinge o háptico, a cor que sobressai da modulação da luz. O colorismo, o sentido das cores, proporciona a sensação da visão háptica, através de um toque, uma gestualidade da visão que toca a cor. Bakker é uma grande colorista, os tentáculos, ou rizoma, atingem a sensação colorante em estado puro.
As "passagens secretas" de Baltar são produzidas a partir da extração do pó de tijolo. Escavações são feitas em paredes para obter o pó de tijolo que constitui o material utilizado pela artista. A partir disso, rugas ou estriamentos são erguidas nos espaços lisos da parede, do piso e da pia, mas também erige-se um muro de tijolos que delimita os territórios ou a Passagem secreta entre o Hall Principal e a Sala Renascença. Somos conduzidos diretamente ao séc. XVI quando nos deparamos com o quadro de Povost (1510), onde a artista faz uma composição visual que parte da parede e nos transporta para dentro do quadro, numa intercessão desses dois momentos do tempo, intempestividade pura, coexistência virtual de passado e futuro. Verdadeiras moldagens também são criadas no estriamento da pia e do piso; a camada enrugada da pia se compõe com o papel de parede do toalete.
A Zona de lançamento, intensa maquinação das águas, de Jourdan, é feita a partir de gotas d'água que escorrem no retroprojetor e produzem imagens em movimento. As imagens dessas gotas são ampliadas nas paredes, iluminando todo o ambiente. Imagens cristalinas, obtidas pelo efeito da água no projetor, escorrem pelas paredes. Acima da cama barroca, a projeção dessas imagens forma verdadeiros quadros móveis, que a cada instante se superpõem quando novas gotas d'água escorrem no retroprojetor, resultando em uma variação contínua das imagens.
A exposição ficará na Fundação até 05 de agosto de 2007 (de quarta a domingo, das 14 às 18h). Maiores informações: http://www.evaklabin.org.br/; tel(021)3202-8550.